Sugestão de uso de tijoletas em salas de estar e de jantar
De onde vem essa “paixão nacional” pelos tijolos maciços ou as práticas tijoletas?
Para os mais contemporâneos, é um resgate da praticidade dos antigos lofts americanos, nos idos anos de 1970, quando os galpões abandonados de áreas portuárias foram “invadidos” por artistas que adaptavam os amplos espaços para trabalhar e morar. É o que chamamos hoje de estilo industrial – ou industry – que pedem pés direitos avantajados; vigas, pilares e instalações elétricas e de ar condicionado aparentes; acabamentos brutos – dentro de outra tendência chamada destroyed, que invadiu as passarelas com as calças jeans puídas. Vem dai, também, a volta das luminárias pendentes. E tudo quando mais minimalista, neutro, melhor.
No Brasil, pode-se ver essa tendência por outro ângulo: resgate de nossa história, da tal memória afetiva. Lembram os tijolos maciços e feitos à mão, presente em casas de nossos avós. Junto com os crochês, as colchas de retalho, o uso de peças da família e/ou antigas contrastando com um mobiliário dito moderno. E de tudo que é feito a mão e sustentável. O que se quer, neste caso, vai longe da praticidade e da liberdade dos lofts: o que se procura é o aconchego, material e emocional, do já conhecido e reconhecido como bom, confiável, que traga boas lembranças. Um porto seguro, um sentir-se em casa.
Na ambientação, Terra Memória Origens, da Olivia Revestimentos Sustentáveis, que resgata a textura dos tijolos feitos à mão, acompanhado do premiado banco Avanti, do arquiteto João Rieth, com manta em maxi tricot de lã Merino, da Contraponto.
Joyce Diehl, arquiteta, para Olivia Revestimentos Sustentáveis